Era uma vez, uma menina chamada Maria e outra menina chamada Milu. A Milu morava na Casa das Andorinhas, uma casa colorida onde viviam crianças separadas das suas famílias. Agora a Milu vive na casa da Maria, até poder regressar novamente à sua casa, onde pode dar e receber abraços todos os dias!
Na escola, as meninas iam comemorar o Dia do Pijama…tinham de ir vestidas a rigor e a educadora também pediu que levassem pedras para a escola. Procurar pedras é uma das coisas que as duas mais gostavam de fazer. Entretanto, apareceu o Quincas para ajudar. O Quincas é o papagaio mais esperto do mundo e perito em descobrir segredos complicados.
Prestes a apanharem a última pedra, o Quincas propõe:
- Força! Vamos tentar todos juntos! Digam comigo: um, dois, três !!!!!!!
E pof…por detrás da pedra, saiu uma aranha, com pintas cor de cereja, oito patas e oito olhos.
A princípio, a Maria fica admirada, mas depressa diz à aranha:
- Não fujas, não te quero fazer mal!
- Gostava de te ver mais pertinho, pareces tão bonita… - diz também a Milu.
Até o papagaio, ficou de bico aberto a olhar aquela pequena criatura e pergunta-lhe.
- Como é que te chamas?
- Aranídia! – disse a aranha.
Como o nome é difícil, a Maria pergunta de novo:
- Como-é-que-se-diz?
A Maria, a Milu e o Quincas ficam atrapalhados e só se riem.
- O meu nome é realmente complicado de dizer. Gosto de “Como-é-que-se-diz”. Podem chamar-me assim!
Entretanto, a aranha despede-se dos três amigos e repara que um livro da Milu tinha um furinho e diz-lhes:
- Se aparecerem mais furinhos avisem-me, pode ser perigoso!
Os três amigos voltam para casa e ouvem uns barulhinhos…rac,rac,rac,rac,rac. O Quincas voa e traz um livro.
- Ai, estou a ver mais furinhos! – grita o papagaio, preocupado.
Começam todos a ver melhor e todos se lembram das palavras da aranha.
- Temos de chamar a “Como-é-que-se-diz”. Ela disse que podia ser perigoso se aparecessem mais furinhos. – disse a Milu.
A Maria, a Milu e o Quincas começam a chamar a sua nova amiga:
- “Como-é-que-se-diz”, precisamos falar contigo.
Daí a pouco tempo, aparece a aranha e os três amigos contam-lhe tudo – tudo:
- Apareceram mais furinhos nos livros e até nas nossas roupas – disse a Milu.
- E hoje é o Dia do Pijama e as crianças precisam de os levar vestidos para a escola. É preciso também que as pessoas sejam boas e amáveis, porque é o dia de ajudar as crianças que não vivem com os seus pais, como a Milu. – disse a Maria.
A aranha avisou os três amigos:
- O ataque está a ser feito por traças, porque as pessoas deixaram de usar palavras mágicas na sua vida.
Então a aranha preparou um plano e chamou todas as suas amigas para a ajudarem.
Construíram teias em frente à escola, onde estava escrito: “Por favor”, “Desculpa” e “Obrigado”.
Ao verem as teias, os pais aprenderam imediatamente a dizer as palavras que tinham esquecido e a ensiná-las aos filhos desde pequeninos…
Assim, conseguiram afastar as traças. E ainda hoje, quando os pais querem ensinar as três palavras mágicas aos filhos, todos perguntam: “Como é que se diz?”
Estas palavras funcionam porque as traças fogem com medo, ao pensar que a aranha delicada se vai aproximar.
E assim, já não há o perigo de atacarem as crianças e de elas se esquecerem das palavras mágicas.
Foi um grande Dia do Pijama!!!!
Sem comentários:
Enviar um comentário